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Como a Intel usa OKR para vencer

A Intel criou o OKR. Saiba como a Intel usa OKR para vencer

Vamos explorar um estudo de caso muito interessante. Mais do que usar OKR, a Intel criou o OKR. Foi a primeira empresa a utilizar esta metodologia inovadora, e queremos explicar todas as mudanças que gerou na cultura empresarial da empresa e os resultados que semeou. Veja como a Intel usou e continua usando OKR para vencer no mercado das TI e siga os seus passos!

 

O Big Bang: a Intel inventa o OKR nos anos 70

A Intel inventou um microprocessador em 1971. Em 1975, Bill Gates e Paul Allen programaram o primeiro computador pessoal com este processador da Intel. Tudo parecia indicar que a Intel seria uma líder de mercado, mas a concorrência nas TI era feroz. No final da década, tanto a Motorola como a Ziglog tinham desenvolvido alternativas mais rápidas e mais fáceis de programar.  

Aquilo que parecia ser um líder claro no mercado das TI começava a afundar-se. A única forma de se manter à tona era estar na vanguarda – tanto a nível tecnológico, como na cultura empresarial. Entre 1979 e 1980 a Intel lançou a sua resposta, a “Operation Crush”, para recuperar a liderança do mercado. Passado um ano, em Dezembro de 1980, já tinham “aniquilado” o inimigo. A arma secreta para este sucesso? 

Adivinhou: OKR!! 

 

Como funciona e o que é OKR

Os “pais” desta estratégia foram Bill Davidow e Andy Grove, que mais tarde levaria o OKR para o Google. Foi ele que definiu “certos objetivos” mensurados por 4 ou 5 determinados “key results”. A palavra operacional aqui é justamente “mensurar”. Era isto que tornava explícitas para todos as metas que tinham de alcançar e como a empresa iria mensurar o seu sucesso ou insucesso.

Os veteranos da Intel reconhecem a importância de ter objetivos estruturados na Intel. Tudo estava definido ao detalhe: o quê, como e quando. Não havia espaço para ambiguidade e os prazos eram fechados. Todas as equipes estavam abrangidas por esses objetivos: desenvolvimento e engenharia, marketing, vendas, times internacionais. Continuando com a nossa analogia de guerra, podemos dizer que o OKR se usava dos comandantes até às trincheiras.

Tenho certeza que já ouviu aquela velha máxima de que “o todo é mais do que a soma das partes”. E foi exatamente isso que aconteceu na Intel. Quando a Intel começou a usar OKR, todos se viraram na mesma direção e se reuniram em torno de um mesmo objetivo. Além disso, este alinhamento era sistemático. Os resultados melhoram exponencialmente e, sobretudo, a uma velocidade incrível: em menos de um ano, a diferença era notória.

 

Como a Intel usou OKR para vencer

Há um enorme detalhe que não podemos ignorar – os produtos da Intel demoram muito tempo a ser concebidos, por isso não havia a possibilidade de conceber um novo microprocessador e lançá-lo para o mercado nesse espaço de tempo. Por isso, o principal objetivo era consolidar o processador 8086 como o melhor processador de 16-bit no mercado. 

Os Key Results para esse objetivo eram os seguintes:

1 – Desenvolver e publicar cinco benchmarks que demonstrem o desempenho superior do 8086 (departamento: Aplicações).

2 – Mudar a embalagem de toda a família de produtos 8086 (departamento de Marketing).

3 – Produzir uma componente com 8MHz (departamento: Engenharia e Produção).

4 – Testar um coprocessador aritmético até 15 de Junho (Engenharia).

 

Repare como cada key result tem um verbo ativo. Depois, cada um dos departamentos estabeleceu 4 key results internos para atingir cada um destes pontos. Por exemplo, os key results do departamento de engenharia para o segundo trimestre de 1980 eram:

1- Desenvolver as artes finais do planeamento até 5 de Abril.

2 – Entregar máscaras Rev 2.3 à fábrica no dia 9 de Abril.

3 – Testar as cassetes completadas até 15 de Maio. 

4 – Fabricação da etiqueta vermelha tem de começar até 1 de Maio.

 

Em suma, o framework OKR deu à Intel um sistema de transformação profunda com uma implementação rápida:

“Não consigo dizer para você a quantidade de vezes que já ouvi alguém dizer que vai ‘conquistar o mundo’ e, três meses depois, está tudo igual (…) Numa crise, é preciso um sistema para conduzir a transformação – rápido. Foi isso que o OKR fez pela Intel.” – John Doerr 

Em 1986, os microprocessadores 8086 tinham 85% da quota de mercado. Depois surgiu a família 8088, usada nos primeiros PC. Hoje, como já sabemos, a Intel vende milhares e milhares de processadores em todo o mundo. Mas nada disso teria acontecido sem uma metodologia poderosa chamada OKR… e talvez hoje nem nos lembrássemos que, um dia, tinha existido uma empresa de processadores chamada Intel. 

 

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