Por Dayse Ribas
“LA GARANTIA SOY YO!” OU “QUALIDADE COMEÇA EM MIM”
Relembrando o comercial de TV que sugeria um comerciante paraguaio vendendo muamba? Era um clássico que terminava com a frase título desse post, amplamente utilizada quando duvidamos da procedência ou da real qualidade do produto/serviço.
O princípio do livro Qualidade Começa em Mim de Tom Chung é com o compromisso pessoal de assumir a responsabilidade pela direção e pelos padrões de excelência que você quer para si mesmo. A sorte tem muito pouco a ver com o sucesso profissional, você é o agente da sua vida.
“Quando se consegue colocar como objetivo pessoal a qualidade dentro de cada um, tem-se uma longa estrada a percorrer, uma vida de pequenas e constantes melhorias, que na medida em que é percorrida, percebe-se que a família vai mudando junto, os amigos, os colegas de trabalho, enfim, a espiral da melhoria contínua está sendo percorrida e tornando cada um dos seus componentes um novo agente de mudanças.”
“Dê um peixe a um homem faminto e você o alimentará por um dia. Ensine-o a pescar, e você o estará alimentando pelo resto da vida.” (Provérbio chinês).
Você está 100% seguro da qualidade do produto ou serviço que seu projeto entrega ao seu cliente ? Quem sabe 90% ou 80%…
Mas, o que é qualidade ? “O grau com que um conjunto de características inerentes atende aos requisitos”, PMBOK, 5th edição.
No decorrer de qualquer projeto, encontraremos defeitos que necessitam ser tratados, identificaremos não conformidades com os requisitos e também haverá mudanças nos requisitos inicialmente acordados. Em todos os casos, o melhor dos mundos, é que sejam descobertos, resolvidos ou investigados, o mais cedo possível, pois comprometem a qualidade do projeto.
Entregas incrementais otimizam o valor dos entregas do projeto. Além de minimizar a pressão sobre os times, pois possibilitam criar um ambiente de confiança com os stakeholders. Agregam mais valor ao negócio com a constante participação e engajamento dos envolvidos.
As primeiras releases ou pacotes de entrega permitem reduzir o retrabalho pois as dúvidas, falhas de compreensão ou os novos requisitos dos stakeholders (o famoso “já que tá…”) são descobertos logo no início, nas primeiras fases do projeto. Complementando o Backlog inicial do projeto, permitindo uma melhor priorização do que agrega valor ao business do cliente e minimizando o “custo da mudança”.
“A única coisa permanente é a mudança” Heráclitus (500 a.C.)
A detecção de não conformidades e a devida resolução estão relacionados ao Gerenciamento da Qualidade nos projetos. Tanto na Garantia quanto no Controle da Qualidade.
Segundo o PMBOK, 5th edição:
“Garantia de Qualidade é um processo de auditoria dos requisitos da qualidade e dos resultados das medições de controle de qualidade para garantir que sejam usados os padrões de qualidade e definições operacionais apropriados.”
“Controlar a Qualidade é o processo de monitoramento e registro dos resultados da execução das atividades de qualidade para avaliar o desempenho e recomendar as mudanças necessárias.”
Os defeitos descobertos pelos clientes, durante a Fase de Testes ou de Validação, são os mais críticos e são chamados de Escaped Defects. Geram insegurança e desgastam a relação de confiança com os stakeholders.
A métrica de Quantidade de Defeitos por Release, pode fazer com que o time evolua significativamente na melhoria da qualidade. Através deste rastreamento e da análise dos processo/etapas pode-se aprimorar a eficácia e a garantia da qualidade percebida pelo cliente. Esta análise pode ocorrer durante as Reuniões de Retrospectiva, em que se avaliam os processos e identificam-se as oportunidade de melhoria.
Métricas são fundamentais, não fuja delas ! Demonstram a evolução, aprimoram os processos e são números, fatos. Fuja dos achismos, isso sim.
Máxima do não achismo:
Opinião cada um tem a sua e eu prefiro a minha, me apresente os fatos.
Como ferramentas de qualidade podemos utilizar: “Diagrama de causa e feito” (espinha peixe), “Diagrama de Pareto” (80/20), Fluxogramas, Gráficos de Controle, entre outras.
Podemos apresentar gráficos de Defeitos Abertos, Fechados e Remanescentes, idem para Change Requests. Mais importante do que os números atuais, é a identificação das tendências do gráfico.
A frequente verificação e validação em ambientes ágeis, permite a constante checagem do andamento e correção do rumo. Através dos vários ciclos de planejamento e feedback.
Algumas boas estratégias e técnicas a serem incorporadas:
- Pair Programming – Código produzido por dois desenvolvedores juntos, propiciando uma revisão em tempo real e compartilhando conhecimento.
- Test-Driven Development (TDD) – Primeiro se pensa em como a funcionalidade será utilizada pelo cliente e será testada. Os testes devem ser escritos antes do código, podem ser como uma unidade (Unit Test).
- Acceptance Test-Driven Development (ATDD) – o foco dos testes são os requisitos de aceitação do negócio (business). Os testes são escritos antes também.
- Reuniões diárias – Nas Stand up ou daily meetings, validamos quem está fazendo o que, desde a menor unidade, até o momento da integração.
- Colaboração do cliente – Esta colaboração mais próxima permite um constante feedback e correção dos requisitos. Inclusive através dos Testes de Aceitação.
- Demos de produtos – Permitem validar se o produto está sendo realizado corretamente.
Acreditando que somos responsáveis e agentes atuantes em nossas vidas.
Daqui para frente, seja você a excelência no seu ambiente, seja ele qual for, ágil ou não, profissional ou pessoal. Garantindo 100% no que realizar.
“O comprometimento é que transforma a promessa em realidade. Comprometa-se em dar o melhor de si em qualquer situação. Esta é a diferença entre sapos e príncipes.” Tom Chung
Referências:
– The PMBOK® Guide—Fifth Edition (filiados ao PMI podem realizar download gratuitamente.
https://www.pmi.org/PMBOK-Guide-and-Standards/pmbok-guide.aspx
– PMI-ACP Exam Prep by Mike Griffiths
– Qualidade Começa em Mim – Tom Chung
Sobre o Autor
Dayse Ribas, PMI-ACP, PMP, CSM. Formada em Engenharia Eletrônica pela UTFPR, pós-graduada em Informática pela PUC-PR e MBA em Direção de Empresas pelo ISAD (Instituto Superior de Administração). Especialização Internacional em Managing in a Global Environment Program pela The University of Texas at Austin. Cursos em Gerenciamento de Projetos pela George Washington University. Voluntária do PMI – Chapter Paraná desde 2014, atualmente como Diretora de Marketing e Comunicação do Chapter. https://br.linkedin.com/in/dayseribas
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