Hoje, vou partilhar um estudo de caso de OKR. Desta vez contar como a Coca-Cola Brasil utiliza OKR para concretizar uma transformação digital notável. É importante insistir na palavra transformação, pois não se trata apenas de trazer a empresa para o mundo digital ou para o e-commerce. O desafio é implementar as novas tecnologias e as ferramentas digitais que estão disponíveis a todos os níveis, nos diversos departamentos da empresa.
Transformação digital
A Coca-Cola está presente em mais de uma centena de mercados, e foi preciso criar uma estrutura de transformação digital para cada um deles. O Brasil foi um dos países pioneiros nesta transformação ao adotar diversas práticas que provocaram mudanças na sua organização e no modo de atuação. A intenção da empresa era acelerar o desenvolvimento de competências estratégicas e criar um novo método de trabalho que incorpore as novidades digitais.
O princípio orientador desta mudança foi colocar o consumidor no centro das atenções. Esta premissa já não é uma ideia nova, pois surgiu no Marketing 3.0, mas ganhou um novo fôlego com o avanço da tecnologia. Hoje é possível ter uma comunicação muito mais personalizada com o cliente e entrar na sua vida quotidiana através das redes sociais. E não o menos importante para a empresa, agora gerir todas estas relações com a ajuda de softwares poderosos de Customer Relationship Management (CRM).
Para a Coca-Cola, colocar o CRM “no coração” desta transformação também significou coletar e estruturar mais dados sobre cada cliente. A Digital Commerce Data é fundamental para perceber as dores dos clientes, ajudar a cada uma das equipes a tomar decisões mais informadas e a trilhar o caminho com base em dados. Ou seja, cada time se tornou mais autônomo e mais veloz na hora da tomada de decisão.
Coca-Cola começa a usar OKR
Começar a usar os dados recolhidos no CRM foi o início do fim do desperdício. Entretanto, a Coca-Cola adotou uma metodologia ágil, aderiu ao Design Thinking, rendeu-se ao Lean e à prática do A3 (ferramenta Lean que ajuda a estruturar o raciocínio e montar uma história do início ao fim). Foi então que a Coca-Cola Brasil começou a usar OKR e também, de uma forma de operação guiada por dados.
Com essa transformação, a Coca-Cola Brasil deixou de se restringir a planos de longo-prazo, que exigem muito trabalho, um investimento considerável e que precisam ser recalibrados com uma enorme frequência devido ao avanço tecnológico e a volatilidade dos mercados. Em vez disso, começou a traçar estratégias a 3 meses a partir de uma lógica LEAN e usando OKR.
A Coca-Cola Brasil usa OKR na mesma medida que muitas outras empresas: um máximo de 5 objetivos, cada um com 4-5 key results. Os objetivos ficam expostos na parede para todo o time visualizar, e são os próprios funcionários que vão atualizando esse painel semanalmente, conforme se aproximam das suas metas. Todos sabem o ponto de situação, o que contribui para o forte alinhamento da equipe, para a autonomia de cada um dos funcionários e para a melhoria da produtividade. Como bônus, diminuíram o tempo que passam em reuniões e, o tempo que antes era dedicado a preparar apresentações de resultados passou a ser aplicado em outras tarefas.
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OKR + Agile: Como potencializar a agilidade organizacional
Quais foram os principais desafios da Coca-Cola Brasil a usar OKR?
Ter um robot de cozinha é magnífico, mas primeiro você precisa aprender a funcionar com ele. Então, também foi preciso transformar o time para que ele se acostumasse ao OKR. Este método obriga as empresas a definir o que lhes traz realmente valor e a estabelecer prioridades claras a curto-prazo. Para quem estava habituado apenas a corridas de fundo, sem dúvida que passar às corridas de 100 metros foi uma mudança.
O segundo desafio é aceitar que você pode não cumprir os seus objetivos a 100%. Isso é normal: um bom percentual anda em torno dos 60-70%. Aliás, segundo Rick Klaus da Google, se você atingir 100% dos objetivos, significa que colocou a fasquia muito baixa. Precisa sempre de se desafiar a si próprio e disparar para as estrelas. Também podemos aprender com o que nos leva a não alcançar a meta. Embora possa parecer frustrante, quem é que nunca caiu a andar de bicicleta?
O futuro da Coca-Cola passa pelo OKR?
Segundo a própria empresa, as duas características que mais querem fomentar no futuro, e mais procuram nos novos candidatos, são a adaptabilidade e a capacidade de resolver problemas. Assumindo que procuram as mesmas características para as suas estratégias, não há dúvidas que a Coca-Cola estará de mãos dadas ao OKR durante muitos, muitos anos.
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