De forma geral, com o aumento da utilização de técnicas ágeis no mundo corporativo, as empresas estão utilizando cada vez mais os recursos disponíveis no desenvolvimento de seus produtos. Para alguns, principalmente aos envolvidos no mundo agile, esta afirmação pode até parecer óbvia. Para outros, essa maré de agilidade é apenas uma fase que será substituída, assim como acontece com os oceanos, por outra “maré” de acordo com as novas formas de produção vindouras. Apologias e opiniões à parte, o conceito proporcionalmente inverso de se fazer mais por menos estará sempre presente em nosso cotidiano, seja no mercado empresarial ou em nossas vidas práticas. A preservação dos recursos naturais, por exemplo, estará cada vez mais sendo discutida nas próximas gerações fazendo com que a tendência dessa discussão seja mantida por um tempo indeterminado.
No cotidiano dos agilistas, existem muitas situações do tipo “…essa prática (ágil) não vai resolver o seu problema, apenas vai expô-lo de uma maneira clara e simples para os envolvidos. O que acontece em seguida, isso sim, é a solução que será compartilhada por todos nós…“. A frase citada é uma adaptação resumida de diversas ocorrências reais que acontecem em projetos ágeis durante seus ciclos de vida. Esta situação de “compartilhamento da solução“, favorece a um ambiente propício para a livre expressão de pensamento e opiniões de todos os envolvidos durante o processo de desenvolvimento dos produtos. As experiências bem sucedidas dos chamados “líderes servidores” realizaram uma forte reflexão no mercado sobre os imponentes “líderes tradicionais”, também conhecidos como “chefes”.
Nas reuniões cotidianas das equipes trabalhando com agile, percebemos diversas situações que favorecem ao desenvolvimento da liderança servil e ao “surgimento” de novos talentos. Porém, o que ocorre de fato, é que este fenômeno é semelhante à exposição de um problema citado previamente, ou seja, os talentos sempre existiram, as metodologias ágeis somente ajudam a expô-los em um sentido extremamente positivo para as organizações que utilizam estas práticas.
Para os Gerentes de Projetos (“ágeis” ou não) e suas equipes a identificação de habilidades, antes ocultas de certa forma na hierarquia funcional, pode ser um fator de sucesso na entrega dos produtos relacionados ao planejamento inicial, com tendência a um melhor resultado entre tempo e custo acordados. Outro aspecto interessante é o de que os desentendimentos são resolvidos em reuniões quase sempre diárias, o que possibilita maior integração entre os membros das equipes. Geralmente, após as discussões, as equipes acabam chegando a um entendimento de que todas as opiniões são válidas para o objetivo comum de todos, que são as entregas realizadas nos ciclos de vida dos produtos. Desta forma, para os Gerentes de Projetos, as colaborações sobre as lições aprendidas passam a ser diárias e, no momento certo, compiladas para a inteligência da própria gestão.
É comum nas equipes de desenvolvimento de produtos, por exemplo, que existam colaboradores introspectivos ou extrovertidos demais. Esta pluralidade de personalidades, faz com que certos conflitos sejam potencialmente inevitáveis, porém será de responsabilidade de toda a equipe a identificação e responder às mudanças imediatamente.
“Aquele que se empenha em resolver as dificuldades, deve resolve-las antes que elas surjam. Aquele que se ultrapassa a vencer os inimigos, triunfa antes que as suas ameaças se concretizem.“
Sun Tzu (A Arte da Guerra)
Durante o desenvolvimento ágil de produtos, geralmente a distribuição das tarefas ocorre de maneira independente para as equipes, as quais precisam alocar eficientemente os esforços de acordo com as características pessoais de cada integrante. As equipes de maior sucesso, neste caso, são as que possuem a maior liberdade para a divisão com base nas habilidades de cada um. Os conceitos multidisciplinares exigem forte interação entre profissionais com experiências completamente díspares. Ao contrário do que possa parecer, o resultado é uma comunicação clara, com maior fluência, com integração natural e sem imposições. Portanto, independentemente dos rótulos utilizados no mercado, sem dúvida alguma, a comunicação é um dos principais fatores de sucesso em gerência de projetos.
Autor: Marcos Aurélio Paixão / about.me/paixao
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